segunda-feira, 4 de outubro de 2010

O desafiador Jaú “Negro” do Sepotuba


Há mais de 20 anos um Jaú desafia pescadores de todo o Brasil no Rio Sepotuba, em Tangará da Serra. No decorrer deste tempo muitos já se aventuraram na tentativa de capturar o peixe, mas a cada dia que passa isso parece mais difícil. O Jaú ou Paulicea lutkeni é comum nos rios da Amazônia e da Bacia do Prata.
É a maior espécie encontrada na região de Tangará da Serra. Com um apetite voraz, freqüenta os grandes poços do Rio Sepotuba onde espreita suas presas. Normalmente, para se pescar o Jaú, utiliza-se vara para linhas 20 e 50Lbs, com carretilha ou molinete com capacidade para armazenar 150 metros de linha 0,6 milímetros e anzóis encastoados de tamanho 10/0 a 14/0, mas todo esse aparato não foi suficiente para o “Desafiador Jaú do Sepotuba”.
De domínio público é a História de três pescadores, Pedro Silva Campos, Josemar Teles e Roberval Silva, que em 1998 tiveram seu barco virado ao tentar pescar o Jaú “Negro” do Sepotuba. Eles contam que utilizaram uma chumbada de 1 quilo, como de costume, e pescavam com carretilha especial e linha 140, quando fisgaram o peixe. A luta durou 3 horas e quando o Jaú demonstrava estar cedendo aos pescadores, conseguiu escapar puxando para a água os três homens e virando o barco.


De acordo com o pescador João Manoel, o Jaú “Negro” do Sepotuba costuma se instalar em grandes poços localizados ao longo do Sepotuba. Num deles, um lugar chamado “Paredão da Calcário”, os pescadores costumam pegar muitos jaús. Os outros poços são conhecidos dos moradores e pescadores da região e ficam ao longo do rio numa extensão de apenas alguns quilômetros. O maior deles, onde se forma um redemoinho na água, é onde acredita-se que o “Negro” costuma permanecer mais tempo.
O próprio João Manoel já foi vítima do velho Jaú “Negro” do Sepotuba. “Eu fiquei sabendo da fama do Jaú logo que cheguei a região. As histórias eram muitas, e no começo eu pensava que era apenas um mito. Mas foi num domingo em abril de 1988 que eu o fisguei pela primeira vez. Eu não estava com o equipamento adequado e não pude segura-lo nem por dez minutos. Foi muito rápido. Depois resolvi me preparar e comprei a linha certa e o material para pegá-lo. Teve vez de eu ficar uma semana acampado no Sepotuba a espera do Jaú. Parece até que ele sabia o que eu queria. Eu o fisguei pelo menos duas vezes, mas ele escapou. Peguei outros jaús, mas não era o grande “Negro” do Sepotuba.


A última vez que eu o enfrentei já tem uns dois anos. Ele puxou meu barco uns 900 metros até se soltar. Toda semana aparece por aqui pescadores tentando pegá-lo e com eles o caso se repete. Quando o barco não é puxado, é virado ou a linha arrebenta. Acho que não vai aparecer tão cedo um pescador a altura desse Jaú”, conta João com um sorriso no rosto.
Mas a fama do velho Jaú não atrai apenas sorrisos. Muitos pescadores se irritam só em falar no “Negro”, acusado de se alimentar de outros grandes peixes. De acordo com os pescadores, pacus de 4 ou 5 quilos que já haviam sido fisgados chegam a ser abocanhados pelo grande “Negro” exatamente no momento em que estavam sendo retirados fora d’água.

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